Mindfulness Fácil

Toda jornada tem um ponto de partida

E estamos aqui para apoiar você, passo a passo, neste caminho.

Quem começa a se interessar por mindfulness, geralmente, está com a mente fervilhando, repleta de dúvidas sobre postura correta durante a prática, dedicação necessária e indagações diversas sobre como a técnica pode se adaptar ao seu cotidiano.

A boa notícia é que o caminho para a prática dessa meditação pode ser iniciado de uma maneira muito simples, com passos que podem levar qualquer pessoa a uma jornada incrível de autoconhecimento. E foi com esse propósito que criamos a seção Mindfulness Fácil, uma série de postagens com o objetivo de tirar algumas das principais dúvidas dos iniciantes.

Confira. Você é nosso convidado!


A sabedoria da aceitação
É preciso entender as regras do jogo

O dia e a noite alternam-se sistematicamente e indefinidamente, independentemente de nossa preferência por algum deles. Cabe a nós aceitar o que cada um pode oferecer e aprendermos a melhor forma de nos adaptarmos. As plantas crescem em um determinado ritmo e obedecem a um ciclo e somos testemunhas e guardiões desse saber. 

Dias ensolarados são os preferidos de algumas pessoas.  Outras, adoram o frio, gelado, para colocar seus casacos quentinhos. Há até mesmo quem prefira a chuva e veja poesia nas gotas que despencam das nuvens. Mesmo tendo suas preferências quanto ao que seria o melhor tempo para passar um dia perfeito, nenhuma delas pode controlar a natureza e impedir que dias calorentos, friorentos ou chuvosos deixem de acontecer. Imagine o absurdo de alguém tentando empurrar as gotas de volta ao firmamento, não aceitando que elas caíssem?

Esta pode até parecer uma metáfora longínqua, mas essa mesma lógica pode ser aplicada à nossa vida cotidiana. Embora tenhamos nossas preferências em relação às situações, aos sentimentos e aos comportamentos nossos e dos outros, simplesmente não podemos controlar todos os fatores que influenciam os acontecimentos à nossa volta. E lutar contra isso, por mais estranho que pareça, é mais ou menos como tentar impedir que o frio exista, em vez de aceitá-lo e procurar um casaco para se aquecer.

A sociedade na qual estamos inseridos nos estimula, diariamente, a reforçar a ilusão de que podemos dominar os eventos e tomar decisões totalmente boas em um cenário perfeito. Buscamos o correto de acordo com o que normalmente está relacionado aos nossos condicionamentos culturais.

A atitude da aceitação ativa, um dos mecanismos da mindfulness, é justamente uma postura de compreensão de que a vida está em constante transformação e é conduzida por muitos autores, com diferentes perspectivas, pontos de vista e prioridades, nem sempre concordantes entre si. Alternamos continuamente estados de alegria, frustração, tristeza, euforia, entre tantos, e nenhum deles dura para sempre. Com a aceitação ativa, entendemos que esse mundo perfeito, onde tudo é bom, não existe. Ele é apenas uma referência e não pode se transformar em nossa expectativa.

Perceber e aceitar essa realidade nos permite lidar melhor com situações de desconforto. Com o Treinamento de 8 Semanas em Mindfulness aprendemos a diminuir expectativas e entender que as decisões sempre precisam acontecer dentro de um contexto de aceitação, de acolhimento das nossas dores, tristezas, enfim, de tudo o que faz parte da vida tal como ela é.

Cabe ressaltar que essa não se trata de uma aceitação passiva, conformista, mas sim acolhedora, considerando-se que apenas se pode transformar alguma coisa quando a conhecemos de verdade, sem disfarces e máscaras.

Por isso, convidamos você a conhecer essa técnica mais profundamente e assumir posicionamentos conscientes em todos os níveis de suas interações.

 


Abandone o tribunal
Troque o julgamento pelo discernimento

“Gosto disso”, “Detestei esse trabalho”, “Nossa, que roupa maravilhosa”, “Este relatório está um lixo”
Todo o tempo emitimos juízos de valor sobre as pessoas, suas vestimentas, atitudes, posturas, preferências. Você sabe, realmente, diferenciar o que é o discernimento necessário para avaliarmos as melhores escolhas daquilo que é um julgamento cruel disfarçado de opinião?

Dizem por aí que gosto não se discute, cada um com sua opinião!  Contudo, você já parou para pensar sobre o quanto essas preferências por determinado sabor, método, comportamento são, de fato, frutos de escolhas realmente conscientes? Seriam elas embasadas em uma real percepção das situações por uma mente receptiva e capaz de discernir com clareza ou será que refletem nossos condicionamentos culturais? Cada vez mais, diante de opiniões taxativas, vale a pena checar se nossos posicionamentos estão alinhados com percepções confiáveis ou reproduzem crenças arraigadas em nossa mente por nosso contexto histórico social e particular.

Um dos papéis da mindfulness é contribuir com a evolução da percepção dos níveis de julgamento que assumimos rotineiramente e mostrar como podemos reconhecê-los nas mais diversas situações do dia a dia, transformando-os.

No início, somos estimulados a reconhecer os julgamentos mais básicos e automatizados que fazemos continuamente. Por exemplo, nossas reações imediatas aos códigos sociais adotados para definir identidade, determinado corte de cabelo, tipo de roupa e elementos que categorizem alguém em determinada tribo, classe social, ideologia.

Com a prática de mindfulness, somos convidados a observar como essas classificações podem influenciar na composição de nosso ciclo de amizades e a perceber que há uma tendência a acreditarmos que as nossas opções de vestimenta, vocabulário e pensamento são mais corretos e verdadeiros que os das outras pessoas.

O treino estimula a renovação dessa perspectiva, aumentando nossa liberdade para perceber como esses condicionamentos nos influenciam. Fica mais fácil entender o que julgamos, porque julgamos e quando o fazemos, tornando possível que nossas escolhas sejam cada vez mais verdadeiras e conscientes e não amparada somente em conceitos preexistentes.

Em um nível mais profundo de prática, ganhamos mais autonomia e a possibilidade de avaliar com propriedade (e mais liberdade) nossas preferências, como vemos o mundo, no que acreditamos, qual nosso propósito e onde queremos estar, julgando e culpando menos os demais e a nós mesmos. Prontos para discernir com sabedoria qual o melhor caminho a seguir e assumindo a responsabilidade pela nossa própria jornada.

 


Flexível e constante
O tempo que uma prática deve durar

hourglass-1046841_1920 A forma como o tempo de prática é compreendido na abordagem mindfulness é bastante flexível. Essa característica atende justamente à necessidade de se adaptar a prática ao contexto moderno e ocidentalizado, permitindo que seus benefícios sejam colhidos por qualquer pessoa, mesmo aquelas muito ocupadas e que podem praticar apenas uns minutinhos por dia. 

Com a secularização, ou seja, com a adaptação não religiosa da meditação à vida ocidental e moderna, com foco na saúde e no bem-estar dos praticante, o tempo ideal para uma prática nos moldes de mindfulness pode ser adaptado às necessidades de cada contexto. Tudo vai depender do professor, do facilitador, do método ou protocolo utilizado, bem como do aluno nas suas jornadas individuais.

Embora a técnica formal conte com práticas de duração variada, algumas delas com apenas 1 minuto, é importante salientar que se está treinando uma nova habilidade. Por isso, há que se considerar o impacto desse exercício em um dia que contém 24 horas – e seus efeitos em longo prazo.

Sendo assim, para sentir os benefícios da técnica no dia a dia, o ideal é que a prática dure pelo menos cinco minutos, mas o tempo pode ser adaptado de acordo com o formato e proposta de um determinado treinamento. No Núcleo SaberSer, por exemplo, trabalha-se com práticas de a partir de 3 minutos, mas com foco em meditações entre 12 e 24 minutos.

Para que se perceba a importância de fortalecer o hábito de meditar, a título de exemplo, vamos comparar o aprendizado da técnica com o de um instrumento musical. Quanto melhor a qualidade de estudo e maior o tempo de treino, tocar vai ficando mais e mais fácil, não é mesmo? Funciona da mesma forma com a meditação mindfulness. Quanto mais se pratica, mais rápido, fácil e intuitivo é tranquilizar a mente e manter a atenção focada.

E é por isso mesmo que precisamos sempre nos lembrar de praticar! E isso não se restringe somente a sentar-se e realizar o exercício formal, mas também a prestar atenção em nossas ações cotidianas. Essa é a chamada prática informal, que serve de apoio para a prática formal e também é superimportante para desenvolver a habilidade de focar no momento presente.

 

Meditar não é parar de pensar
Desenvolvendo o pensamento não-conceitual

Algumas pessoas acreditam que o objetivo da meditação é cessar completamente a produção de pensamentos e imagens mentais. Na verdade, pensar é natural e o que queremos com mindfulness é aprender a lidar com o esse processo de uma forma mais tranquila. Com o tempo de prática, aprende-se a  observar a própria mente, compreendendo melhor sua mecânica de funcionamento.

 

Há o entendimento das palavras, mas ao mesmo tempo um entendimento que transcende… A prática então, nos ajuda a descobrir estas outras formas de pensar, para além das palavras, que nos leva do conhecido terreno do pensamento cognitivo para os fascinantes caminhos das sensações abstratas.

Para começar, as técnicas de mindfulness, inicialmente, são um convite a aceitar os pensamentos como eles são — sejam eles quais forem — e apenas aprender a observar como eles naturalmente surgem e tentam se impor enquanto tentamos meditar. Com a prática, passamos a compreender o quanto é difícil escolher focar em uma atividade sem preocupações, lembranças, planejamentos, enfim, distrações daquilo que nos propomos a fazer.

Compreender o porquê disso nos leva a reconhecer o quanto o ato de pensar com palavras é sobrevalorizado em nossa cultura: Penso, logo existo, afirmava Renée Descartes, filósofo iluminista, cujas ideias têm influenciado até hoje nossa maneira de conceber a realidade e nossas relações sociais. Pensar com palavras, ninguém duvida, é superimportante, mas seria suficiente para definir quem somos e toda nossa compreensão do que é a existência?

A reflexão que a técnica mindfulness, por sua vez, propõe é outra: se a experiência de ser humano está relacionada unicamente a pensar, o que dizer de todas as demais ações que estão acontecendo, independentemente disso como, por exemplo, respirar, comer, regular os batimentos cardíacos, sentir frio, calor, o contato com o solo, estabelecer um ponto de equilíbrio e perceber tudo o que está ao nosso entorno?  Onde se encaixariam essas atividades, sensações e percepções que independem do ato de classificar, analisar ou planejar, se não fossem justamente na dimensão do existir?

Com o entendimento de que existir vai além de pensar, é possível perceber mindfulness como uma técnica capaz de equilibrar as diversas dimensões do nosso ser completo (e complexo), na medida em que trabalha o controle dos níveis de atenção, e desenvolve a percepção do pensamento abstrato. Uma meditação capaz de nos guiar rumo a uma maior autonomia em relação à forma como lidamos com nossas vivências e emoções, tornando-nos coautores das nossas próprias histórias.

 


Há remédio contra o tédio
Interessar-se pela simplicidade é a chave da motivação

Quem está com a mente sempre ocupada — e se orgulha de não parar um segundo — pode ficar um pouco decepcionado no primeiro contato com a meditação. Mas essa é uma impressão que rapidamente muda ao nos abrirmos para um leque variado de novas percepções.

Há até quem diga frases como “Gostaria muito, mas não é para mim, sou muito ansioso, acelerado e não gosto de ficar tanto tempo parado”. Pois a meditação mindfulness veio exatamente para ajudar você a lidar com isso!

É preciso conscientizar-se, desde o início, que o contato com exercícios simples e com foco em partes do corpo como mãos, pés ou respiração pode gerar resistência interna. Em alguns casos, ficar tanto tempo sentado e parado com esse tipo de proposta pode parecer cansativo, entediante, chato. Por isso, há quem reclame de tédio, desinteresse, acompanhados de sentimentos de impotência ou frustração quando precisa ficar tanto tempo parado e com a atenção direcionada.

Quando aprendemos a nos interessar pela simplicidade da prática, descobrimos universos novos nos micromundos de nosso próprio corpo. Há sensações escondidas em nossas mãos, pés, rosto! Uma infinidade de detalhes que passam a ser percebidos com o aprimoramento da percepção. E é justamente a amplitude dessas possibilidades em cada dedo, cada contato com o assento, no roçar da roupa na pele que o interesse genuíno renasce para nos mostrar que somos mais do que um entendimento linear do nosso organismo.

Obter esse nível de refinamento da percepção para nos tornarmos exploradores engajados do nosso corpo, exige apenas prática. É como acontece quando queremos aprender um novo instrumento: com dedicação, o barulho em algum momento torna-se a música que escolhemos tocar. De acordo com Daniel Goleman, psicólogo e escritor, autor dos livros “Inteligência Emocional e “Foco, a atenção é como um músculo que pode ser treinado. Ou seja, aqueles minutos aparentemente entediantes se mostrarão valiosos no futuro.

 

 

Um alívio para os distraídos
Com a prática é possível aumentar o foco e a concentração

Longe de ser uma prática destinada a poucos escolhidos ou apenas a pessoas calmas e tranquilas, a meditação mindfulness pode ser praticada mesmo por quem se considera agitado, disperso ou distraído. Esqueça essa crença, a atenção é uma questão de treino!

Um dos conceitos mais importantes é que a distração da mente é um fenômeno natural e esperado. Dessa forma, o objetivo do treinamento é reconhecer esse processo e aprender a direcioná-lo, transformando-o. Para entender melhor, consideremos que há, basicamente, dois diferentes tipos de distração.

A chamada distração primária acontece quando estamos tentando focar em alguma atividade do nosso cotidiano e nos perdemos em pensamentos diversos sobre outros assuntos, a ponto de esquecer o que estávamos fazendo.

Já na distração secundária, ao focarmos em algo, nos perdemos em outros pensamentos, mas isso já não nos tira do momento presente − não esquecemos o que estamos fazendo. Conseguimos manter outros assuntos como um ruído de fundo, realizando a atividade principal de forma plena.

Com a Mindfulness é possível aprender a transformar a distração primária em secundária, aprimorando a nossa capacidade de foco e atenção. Para isso, uma das habilidades que cultivamos é a curiosidade. Em vez de impedir forçadamente que a mente se distraia, a técnica estimula o engajamento na exploração de um objeto simples, familiar e repleto de sensações a serem exploradas: o próprio corpo.

Ao focar nas sensações táteis de, por exemplo, pés, mãos, braços ou contato com a superfície que sentamos, é possível criar uma âncora para o pensamento. Assim, a atenção pode retornar de um devaneio involuntário pelas contas a pagar, medos, preocupações, ruminações ou inseguranças e ser gentilmente redirecionada para algo tranquilo, seguro e firme, repleto de percepções a serem desvendadas.

Em apenas 8 semanas de treinamento em mindfulness, podemos sentir uma mudança perceptível na qualidade da atenção em todos os setores da vida. A distração vai deixando de ser uma inimiga e a concentração de torna uma aliada na vida cotidiana.


Gostou? O Núcleo SaberSer Centro de Mindfulness e Terapias sempre forma novas turmas de treinamentos em Mindfulness.
Fique de olho em nossa programação!
 

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