Gentileza importa

Um convite a uma nova atitude
Texto por Daniela Dias

Ser gentil com todas pessoas de nossa convivência no dia a dia é ao mesmo tempo muito importante e difícil, já que exige de nós a habilidade de nos colocarmos no lugar do outro, mesmo quando não estamos nos nossos melhores dias, seja por problemas de saúde, trabalho ou relacionamentos. Como manter uma atitude amável com os demais e também conosco mesmo diante dos desafios que a vida nos traz?

A prática da gentileza é um dos princípios da meditação mindfulness e não se resume à demonstrações de cortesia, mas de fato, a aprendermos a nos colocar no lugar dos demais, demonstrando empatia e acolhimento, principalmente quando não estamos de bom humor. Por outro lado, é também o exercício de olhar a si mesmo com menos agressividade e cobranças, dando-nos a chance de começar de novo quando falhamos, de sermos uma voz amiga e não nos comportarmos como um carrasco em nossas próprias vidas.

Você, por exemplo, já parou para avaliar com tranquilidade se está se maltratando ou culpando demais? Se tem almoçado bem, se tem cuidado com carinho de sua saúde? Ou estaria pulando refeições para dar conta das tarefas? Até, quem sabe, se mantenha em um ritmo alucinante de competição consigo mesmo? E já se flagrou replicando essa mesma atitude sendo intolerante às necessidades de amigos e colegas ou sendo rude com desconhecidos?

Caso esteja completamente desconectado de uma prática cotidiana gentil, saiba que ela, além de criar um ambiente mais agradável, também amplia nossa percepção sobre as situações. Quando nos empenhamos nesse sentido, avaliamos de forma mais precisa tanto nosso comportamento, como o de um indivíduo ou grupo, compreendendo melhor as variáveis que desencadeiam as ações e reações, tanto nossas como de quem está à nossa volta.

Com mais elementos para entender as relações, podemos não apenas criar uma interação mais positiva com os outros, como também pensar em soluções mais apropriadas e eficazes para lidar com aquilo que nos aflige ou incomoda.

Por isso, em vez de se enfurecer, atacar as pessoas e se recriminar, tente parar, observar o que está ocorrendo toda vez que um evento desse tipo acontecer. Se o outro agir de uma forma destemperada ou afobada, antes de atacar de volta, tente se perguntar: aquela pessoa está com que tipo de dificuldades? Será que ela sabe ou pode comunicar o que está passando com ela? Como eu poderia lidar melhor com essa situação? Quando você se sentir irritado, repare se é necessário ou eficaz externalizar esse sentimento. Sua fala pode resolver a situação ou apenas gerará mais desconforto?

Ao assumir uma atitude gentil, podemos sair da reatividade automática e realizar ações mais conscientes. Perceba. Seu chefe o odeia ou está sendo pressionado pelo diretor por resultados? Aquele motorista é um egoísta ou está atrasado para ver alguém entre a vida e a morte? Provar que está certo fará alguma diferença efetiva ou apenas fortalecerá o seu orgulho? Você sabe perceber quais são os seus limites? Sabe lidar com os limites das outras pessoas?

Sinta, olhe, observe a si mesmo e os demais e sempre que puder seja amável e acolhedor, os resultados você poderá comprovar no seu próprio cotidiano, encontrando e gerando mais tranquilidade e colaboratividade por onde passar.

Equilibrando mente e coração
Posted on: 07/06/2018